Tamanho e Participação do Mercado de Energia do Brasil
Análise do Mercado de Energia do Brasil pela Mordor Intelligence
O tamanho do Mercado de Energia do Brasil em termos de base instalada deve crescer de 251,06 gigawatts em 2025 para 369,74 gigawatts até 2030, a uma TCAC de 8,05% durante o período de previsão (2025-2030).
A energia hidrelétrica permanece como a maior fonte única, mas as adições de energia eólica e solar estão se acelerando à medida que os investidores respondem a leilões favoráveis e metas de descarbonização de longo prazo. A construção de transmissão, incluindo uma conexão planejada de corrente contínua de ultra-alta tensão do Nordeste para o Sudeste, sustenta a diversificação de recursos enquanto aborda desequilíbrios geográficos de carga. A privatização da Eletrobrás desbloqueou o acesso aos mercados globais de capitais, encorajando desenvolvedores privados a competir tanto em concessões de geração quanto de rede. A geração distribuída e contratos de compra de energia corporativa adicionam impulso adicional, especialmente para solar, à medida que grandes consumidores industriais e de data centers buscam fornecimento limpo 24/7.
Principais Conclusões do Relatório
- Por fonte de geração, a energia hidrelétrica liderou com 55% da participação do mercado de energia do Brasil em 2024; a capacidade solar está projetada para expandir a uma TCAC de 18,2% até 2030.
- Por nível de tensão, o segmento de alta tensão de 69 a 230 kV detinha 45% do tamanho do mercado de energia do Brasil em 2024, enquanto o segmento de extra-alta tensão acima de 230 kV está avançando a uma TCAC de 9,65% até 2030.
Tendências e Insights do Mercado de Energia do Brasil
Análise de Impacto dos Impulsionadores
| Impulsionador | (~) % Impacto na Previsão TCAC | Relevância Geográfica | Cronograma de Impacto |
|---|---|---|---|
| Privatização da Eletrobrás desbloqueando surto de capex em geração e T&D | +1.20% | Nacional, concentrado no Sudeste e Nordeste | Médio prazo (2-4 anos) |
| Plano de Expansão de Longo Prazo 2032 priorizando renováveis não-hidrelétricas | +0.90% | Nacional, foco no Nordeste e Sudeste | Longo prazo (≥ 4 anos) |
| Leilões anuais de transmissão catalisando expansão da rede | +0.70% | Norte-Nordeste, transbordamento para Centro-Oeste | Médio prazo (2-4 anos) |
| Lei de compensação de energia elétrica 14.300/2022 acelerando solar distribuída | +0.50% | Nacional, concentração no Sul e Sudeste | Curto prazo (≤ 2 anos) |
| Construção de Gás para Energia Aproveitando Gás Associado do Pré-Sal | +0.3% | Sudeste (Rio de Janeiro, São Paulo) | Médio prazo (2-4 anos) |
| Demanda de PPA Corporativo por Energia Limpa 24/7 de Data Centers e Mineração | +0.2% | Sudeste e Sul | Curto prazo (≤ 2 anos) |
| Fonte: Mordor Intelligence | |||
Privatização da Eletrobrás Desbloqueando Surto de Capex em Geração e T&D
As métricas operacionais melhoraram após a venda de ações de 2022, e em meados de 2024, a concessionária detinha USD 5,1 bilhões em caixa, permitindo lances agressivos em leilões de transmissão e reformas de hidrelétricas brownfield. As receitas atingiram USD 8,5 bilhões da geração e USD 5,8 bilhões da transmissão em 2024, refletindo fluxos de caixa estáveis e classificações de crédito mais fortes. A emissão internacional de USD 750 milhões em notas de infraestrutura ampliou o alcance dos investidores, enquanto a reestruturação do conselho em 2025 sinalizou alinhamento de governança mais profundo com acionistas minoritários.[1]
Plano de Expansão de Longo Prazo 2032 Priorizando Renováveis Não-Hidrelétricas
O plano nacional incorpora metas que elevam eólica e solar para 45 GW cada até 2032, acima dos 23 GW combinados em 2024. As províncias do Nordeste hospedam quase três quartos dos projetos eólicos, apoiados por fatores de capacidade competitivos e proximidade a hubs de hidrogênio voltados à exportação. As instalações solares de telhado ultrapassaram 1 milhão de sistemas no início de 2025, enquanto residências e PMEs aproveitaram regras estáveis de compensação de energia elétrica. As necessidades de investimento de USD 90 bilhões até 2032 abrangem geração distribuída, modernização hidrelétrica e eletrificação de sistemas isolados.[2]Ministério de Minas e Energia-Brasil, "Plano de Expansão de Longo Prazo 2032," gov.br
Leilões Anuais de Transmissão Catalisando Expansão da Rede no Norte-Nordeste
Rodadas sucessivas de concessão adjudicaram mais de 26 GW de novas interconexões entre 2020 e 2024. O leilão de outubro de 2025 alocará 6.000 km de linhas para aliviar o congestionamento que força o corte de energia eólica e solar no Nordeste. A tecnologia UHVDC China-Brasil programada para 2029 moverá 11 GW através de 2.500 km, diminuindo a volatilidade do preço à vista e cortando 27 milhões tCO₂e por ano.
Lei de Compensação de Energia Elétrica 14.300/2022 Acelerando Adoção Solar Distribuída
Apesar das taxas graduais pelo uso da rede, os retornos dos projetos permanecem em dois dígitos na maioria dos perfis de carga. O impacto médio de 5,77% nas taxas internas de retorno desde 2023 não descarrilou os investimentos; pelo contrário, as instalações estão previstas para atingir 37,2 GW até 2031. Os consumidores do Sul e Sudeste dominam a adoção, apoiados por tarifas robustas no varejo e procedimentos simplificados de interconexão.
Análise de Impacto das Restrições
| Restrição | (~) % Impacto na Previsão TCAC | Relevância Geográfica | Cronograma de Impacto |
|---|---|---|---|
| Risco hidrológico induzido por seca impactando matriz dominante hidrelétrica | -0.60% | Nacional, com impacto severo no Sudeste e Nordeste | Médio prazo (2-4 anos) |
| Gargalos de licenciamento ambiental para projetos de grande escala | -0.40% | Região amazônica e áreas ambientalmente sensíveis | Longo prazo (≥ 4 anos) |
| Volatilidade cambial elevando custos de importação de turbinas e equipamentos de alta tensão | -0.3% | Nacional | Curto prazo (≤ 2 anos) |
| Perdas técnicas e comerciais persistentes nas redes de distribuição do Norte | -0.2% | Regiões Norte e Nordeste | Médio prazo (2-4 anos) |
| Fonte: Mordor Intelligence | |||
Risco Hidrológico Induzido por Seca Impactando Matriz Dominante Hidrelétrica
O Brasil gera 55% de sua eletricidade a partir da energia hidrelétrica, tornando-o vulnerável à variabilidade climática e seca. Como chuvas irregulares ameaçam a confiabilidade da eletricidade, o Brasil está diversificando suas fontes de energia além da hidrelétrica. Pesquisas sugerem que quando estrategicamente implantada em regiões, a energia hidrelétrica pode servir como uma bateria virtual, complementando energia eólica e solar. Este desafio é mais pronunciado nas regiões Sudeste e Nordeste, onde secas passadas resultaram em racionamento de energia e dependência custosa de geração térmica.
Gargalos de Licenciamento Ambiental para Projetos de Grande Escala
No Brasil, projetos energéticos de grande escala, especialmente na região ambientalmente sensível da Amazônia, enfrentam obstáculos devido a gargalos de licenciamento ambiental. Esses desafios regulatórios prolongam cronogramas de projetos e escaldam custos, diminuindo a confiança dos investidores e atrofiando o crescimento do mercado. Adicionando à complexidade, o Brasil recentemente declarou o fim de sua política de mega-barragens na Amazônia. Embora esse movimento seja uma vitória para o meio ambiente, ressalta a necessidade de estratégias alternativas de infraestrutura energética. O processo de licenciamento, envolvendo múltiplas agências e partes interessadas, frequentemente desafia a coordenação, levando a atrasos notáveis em projetos.
Análise de Segmento
Por Fonte de Geração: Dominância Renovável se Intensifica
O tamanho do mercado de energia do Brasil para geração atingiu 230 GW em 2024, com energia hidrelétrica fornecendo 55% da produção. A capacidade eólica subiu acima de 27 GW e a solar de grande escala cruzou a marca de 10 GW, representando as fatias de crescimento mais rápido do mercado de energia do Brasil. Sistemas fotovoltaicos distribuídos adicionaram outros 17 GW, ressaltando como ativos de pequena escala agora complementam barragens centralizadas. Até 2030, eólica e solar juntas devem cruzar 110 GW, sustentando a TCAC geral de 8,05%.
A estabilidade de governança e contratos de longo prazo orientados por leilões fomentaram baixos custos de empréstimos que beneficiam lances renováveis. Os preços médios de contrato de energia eólica onshore se estabeleceram em USD 25/MWh em 2024, enquanto a solar de grande escala foi liquidada abaixo de USD 23/MWh, garantindo liderança contínua de preços. A bioenergia permanece relevante em estados produtores de cana-de-açúcar, contribuindo para o fornecimento de carga base e equilibrando afluxos hidrelétricos sazonais. A matriz diversificada posiciona o mercado de energia do Brasil para manter sua classificação global entre os cinco primeiros para penetração de energia limpa.
Nota: Participações de segmentos de todos os segmentos individuais disponíveis mediante compra do relatório
Por Nível de Tensão: Redes de Extra-Alta Tensão Expandem Rapidamente
Linhas de alta tensão entre 69 kV e 230 kV comandaram 45% da participação do mercado de energia do Brasil para ativos de transmissão em 2024. A categoria acima de 230 kV, um proxy para rodovias inter-regionais de longa distância, está prevista para mostrar uma TCAC de 9,7% até 2030, à medida que novos corredores evacuam renováveis excedentes do Nordeste. O tamanho do mercado de energia do Brasil do segmento de extra-alta tensão está definido para atingir quase 80.000 km até 2030.
O apetite por gastos de capital se ampliou além das concessionárias estatais legadas, com consórcios privados ganhando 78% dos km de linhas leiloadas desde 2021. Subestações digitais, implantação de sincrofasores e tecnologia de corrente alternada flexível apoiam a estabilidade em corredores que já movem mais de 11 GW do Norte para o Sudeste. Novas rotas frequentemente integram condutos de fibra óptica, criando fluxos de receita incrementais para concessionárias.
Análise Geográfica
O Nordeste liderou adições de renováveis, detendo 47% da nova capacidade eólica e solar em 2024 e registrando o menor custo médio ponderado de geração nacionalmente. Governos estaduais na Bahia, Rio Grande do Norte e Piauí alinham seus incentivos fiscais com leilões federais, acelerando o financiamento de pipeline. À medida que o mercado de energia do Brasil continua a subir, formuladores de políticas priorizam melhorias portuárias para manusear nacelas e pás para turbinas excedendo 6 MW.
O Sudeste ainda responde por quase 55% da demanda total, ancorado pela mineração, metalurgia e uma pegada de data centers hiperscale rapidamente em expansão. Reservatórios hidrelétricos em Minas Gerais e São Paulo estabilizam frequência e tensão, enquanto usinas de pico a gás no Rio de Janeiro suportam demanda de pico. A crescente aquisição corporativa de energia verde impulsiona energia solar behind-the-meter em parques industriais, melhorando a flexibilidade da rede e diminuindo perdas de transmissão.
A densidade populacional é menor no Norte e Centro-Oeste, mas essas regiões hospedam complexos hidrelétricos e de biomassa de grande escala adjacentes a fronteiras agrícolas. Melhorias de transmissão inter-bacias permitem trocas de energia que otimizam afluxos de reservatórios durante estações secas. Mais ao sul, Paraná e Santa Catarina aproveitam usinas hidrelétricas pequenas distribuídas e saturação crescente de PV de telhado. Concessionárias de distribuição locais pilotam demonstrações de veículo para rede que poderiam desbloquear receitas de serviços auxiliares até 2030.
Cenário Competitivo
Os cinco principais grupos de geração-Eletrobrás, Neoenergia, Engie Brasil, Enel Brasil e CPFL Energia-controlaram combinados 62% da capacidade de grande escala em 2024. Após a privatização, a Eletrobrás cortou sua exposição térmica, rebalanceou para hidrelétrica reformada e alcançou um retorno de 12,8% sobre o capital investido. A Neoenergia pivotou para clusters eólicos onshore e garantiu PPAs de longo prazo com fundições de bauxita, travando receitas indexadas.
A Enel Brasil expandiu seu braço de geração distribuída para 1,3 GW de energia solar de telhado e solo, empacotando serviços de gestão de energia para consumidores residenciais. A CPFL Energia fortaleceu sua posição no segmento >230 kV, ganhando 1.060 km de linhas no leilão de 2024 e adotando designs modulares de subestação para cortar o tempo de construção em 30%. A aquisição pela Engie Brasil da desenvolvedora de biometano Gás Verde adiciona um ângulo de economia circular, convertendo resíduos de aterro sanitário em energia despachável e gás de qualidade de rede.
Investidores estratégicos estrangeiros e fundos de infraestrutura visam concessões de transmissão, atraídos por retornos regulados com média de 11,6%. Fornecedores chineses de equipamentos fornecem hardware de alta tensão sob contratos de engenharia-aquisição-construção, enquanto casas comerciais japonesas oferecem financiamento mezzanino para projetos híbridos eólico-solar-armazenamento. Fundos de pensão locais participam em colocações de debêntures que carregam status isento de impostos, criando um ecossistema de financiamento diversificado.
Líderes da Indústria de Energia do Brasil
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Centrais Elétricas Brasileiras S.A. (Eletrobrás)
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Neoenergia SA
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Enel Brasil SA
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CPFL Energia SA
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Engie Brasil Energia SA
- *Isenção de responsabilidade: Principais participantes classificados em nenhuma ordem específica
Desenvolvimentos Recentes da Indústria
- Maio de 2025: A Fitch Ratings confirmou a Eletrobrás em 'BB' e revisou a perspectiva para estável, citando liquidez melhorada e fluxos de caixa diversificados.
- Março de 2025: O Ministério de Minas e Energia publicou indicados para o conselho da Eletrobrás, formalizando o realinhamento contínuo de governança corporativa.
- Outubro de 2024: NEEL adjudicou 5.850 km de linhas de transmissão em oito lotes, atraindo USD 4,5 bilhões em investimento comprometido.
- Agosto de 2024: A Eletrobrás emitiu USD 750 milhões em títulos de infraestrutura Rule 144A/Reg S, os primeiros sob a nova estrutura de debêntures do Brasil.
Escopo do Relatório do Mercado de Energia do Brasil
O mercado de energia do Brasil inclui capacidade instalada cumulativa de geração de energia a partir de fontes de energia térmica, hidrelétrica, nuclear e renovável.
O mercado de energia brasileiro é segmentado por geração de energia (térmica, hidrelétrica, nuclear e renováveis não-hidrelétricas) e transmissão e distribuição de energia (T&D). Para cada segmento, o dimensionamento e previsões do mercado foram feitos com base na capacidade instalada em GW.
| Térmica | A Carvão |
| A Gás Natural | |
| A Óleo e Diesel | |
| Renováveis | Eólica |
| Solar | |
| Hidrelétrica | |
| Biomassa e Resíduos para Energia | |
| Nuclear |
| Por Tensão | Baixa e Média Tensão |
| Alta Tensão (69 a 230 kV) | |
| Extra-Alta e Ultra-Alta Tensão (Acima de 230 kV) | |
| Por Componente | Torres e Linhas de Transmissão |
| Subestações e Painéis de Comando | |
| Transformadores de Energia | |
| Cabos e Condutores |
| Geração de Energia (Por Fonte) | Térmica | A Carvão |
| A Gás Natural | ||
| A Óleo e Diesel | ||
| Renováveis | Eólica | |
| Solar | ||
| Hidrelétrica | ||
| Biomassa e Resíduos para Energia | ||
| Nuclear | ||
| Transmissão e Distribuição de Energia | Por Tensão | Baixa e Média Tensão |
| Alta Tensão (69 a 230 kV) | ||
| Extra-Alta e Ultra-Alta Tensão (Acima de 230 kV) | ||
| Por Componente | Torres e Linhas de Transmissão | |
| Subestações e Painéis de Comando | ||
| Transformadores de Energia | ||
| Cabos e Condutores | ||
Principais Perguntas Respondidas no Relatório
Qual é o tamanho atual do mercado de energia do Brasil?
A capacidade instalada atingiu 251,06 GW em 2025 e está projetada para subir para 369,74 GW até 2030, refletindo uma TCAC de 8,05%.
Qual fonte de energia domina a matriz de geração do Brasil?
A energia hidrelétrica lidera com 55% da capacidade instalada em 2024, dando ao Brasil uma das matrizes elétricas mais limpas entre as nações do G20.
Qual é a tecnologia de geração de crescimento mais rápido?
A energia solar de grande escala e distribuída está expandindo a uma TCAC de 17-19% entre 2025 e 2030, impulsionada por leilões e regras favoráveis de compensação de energia elétrica.
Com que rapidez a rede de transmissão está se expandindo?
As linhas de extra-alta tensão acima de 230 kV estão previstas para crescer a uma TCAC de 9-10% até 2030, auxiliadas por leilões anuais da ANEEL e uma futura conexão UHVDC do Nordeste para o Sudeste.
Como a privatização da Eletrobrás mudou as dinâmicas de investimento do mercado?
O controle estatal reduzido desbloqueou o acesso ao capital global, evidenciado por um título de USD 750 milhões em 2024 e métricas de crédito fortalecidas que apoiam lances agressivos em concessões de geração e T&D.
Qual papel a geração distribuída e os PPAs corporativos desempenham no crescimento?
As instalações solares distribuídas estão no caminho para atingir 37,2 GW até 2031, enquanto data centers, mineração e outros grandes usuários assinam cada vez mais PPAs de energia limpa 24/7 para atender metas de descarbonização.
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